quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Farol de Montedor é selo dos Correios


O Farol de Montedor, em Carreço, é um dos 12 faróis portugueses representados numa emissão filatélica recente dos Correios. Os CTT – Correios de Portugal lançaram, além de 12 selos alusivos a alguns dos faróis mais emblemáticos de Portugal, o livro “Faróis - a terra ao mar se anuncia”. A cerimónia de lançamento tanto dos selos como do livro teve como palco a sede da Junta de Freguesia de Carreço.
Farol de Montedor, em conjunto com outros onze, foi destacado, entre os cerca de 50 existentes ao nível nacional, numa emissão filatélica dos CTT dedicada aos Faróis de Portugal. Em simultâneo foi lançado, numa cerimónia que teve como palco a sede da Junta de Freguesia de Carreço, em 19 de Junho último, um livro dedicado ao mesmo tema sob o título “Faróis – a terra ao mar se anuncia”, escrito por J. Teixeira de Aguilar e ilustrado com fotos de Filipe Jorge. O selo do Farol de Montedor tem um valor de 30 cêntimos e uma tiragem de 300 mil estampilhas. A colecção tem desenho gráfico de Hélder Soares, do Atelier Acácio Santos. Com a emissão deste volume, agora dedicado aos faróis, a actividade editorial dos CTT atinge os 100 volumes, publicados ao longo de 25 anos. É uma bibliografia já respeitável, através da qual os Correios de Portugal têm feito reviver muito do património cultural, arquitectónico, artístico e tradicional português pela mão dos autores mais conceituados nas respectivas áreas. Para esta Autarquia a inclusão do Farol de Montedor nesta emissão filatélica e respectivo livro, bem como o facto da sua cerimónia de lançamento ter acontecido em Carreço assumem grande importância, porque significam um reconhecimento por instituições como os CTT e a Marinha Portuguesa da importância deste Farol e de Carreço num país marítimo por excelência e na resposta que deram às necessidades sentidas pelos navegantes ao nível de orientação e de protecção. O Farol de Montedor é um ex-líbris da freguesia, surgindo mesmo como figura central no seu brasão. Farol de Montedor em livro Segundo o livro “Faróis - a terra ao mar se anuncia”, o Farol de Montedor corresponde ao “desiderato do alvará de 1 de Fevereiro de 1758 da Junta Geral da Fazenda de erigir um farol na altura da vila de Viana”. Apesar de tão prematuramente idealizado, não seria concretizado, nem na sequência de um decreto de 1836 que mandava proceder à sua construção, bem como às dos faróis das Berlengas, e dos Cabos de S. Vicente e Mondego. “É a primeira posição escolhida, principiando do norte, por ser a mais vantajosa daquela nossa costa marítima para estabelecer um farol, que ficará a 30 milhas do farol das ilhas Cies ou de Bayona. Esta elevação está situada entre Caminha e Viana do Castelo, sobre uma ponta saliente, donde sai uma restinga de pedra e cascalho, a que é necessário dar resguardo, navegando sempre em um fundo superior a sete braços”. Trata-se de uma referência atribuída a Francisco Maria Pereira da Silva, já com a patente de capitãode- mar-e-guerra, em 1872. Também, mais tarde, “o Plano Geral de Alumiamento contemplava Montedor, prevendo para ali um farol de 2.ª ordem, eléctrico, de três clarões brancos, acompanhado de um sinal de nevoeiro (sino tocado por movimento de relojoaria), mais preconizando que fosse igualmente estabelecido um posto meteorológico local”. O Farol de Montedor “veio a ser construído em 1908. Principiou a funcionar no dia 20 de Março de 1910. Em 1936, a fonte luminosa, que até então fora um candeeiro de azeite de nível constante, de quatro torcidas, passou a ser a incandescência pelo vapor de petróleo e em 1947, após ligação do farol à rede pública de distribuição de energia, a electricidade”. Após sucessivas modernizações, a instalação eléctrica foi integralmente remodelada em 1987, procedendo-se à automatização do farol. É à Marinha que, desde 1892, compete a gestão e organização dos faróis da costa portuguesa, mas até então, durante um breve período, entre 1880 e 1892, essas tarefas foram asseguradas pelos Correios de Portugal.