segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mau tempo faz estragos

Este domingo o  mau tempo em Carreço provocou alguns danos.
Telhados ficaram sem algumas telhas. Ocorreram queda de árvores e principalmente ramos que dificultaram a circulação automóvel. De salientar que parte da freguesia ficou algumas horas sem abastecimento de energia electrica.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aviso: prolongamento do período crítico contra incêndios

Por informação do CDOS, e no âmbito do SNDFCI (Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios) o “Período Crítico” foi prolongado até 31 de Outubro. Assim, continuam a estar proibidas as queimas, queimadas e fogueiras. A utilização de qualquer tipo de fogo nos espaços rurais são comportamentos de risco e por isso proibidos durante o “Período Crítico” e fora dele sempre que o Risco de Incêndio Florestal seja muito elevado ou máximo.

“Este mês é pior que Agosto”

As palavras do bombeiro sapador, ontem proferidas, são um desabafo perante a sucessão de incêndios registados no mês em curso, comparativamente aos meses anteriores. E são igualmente fruto do cansaço que se apoderou dos soldados da paz.
Ontem, os incêndios mais significativos registaram-se em Vila Verde (distrito de Braga) e em Afife (Viana do Castelo).

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‘Inferno’ em Afife

O incêndio em Afife, iniciado ao princípio da noite de sábado, apenas foi dominado às 11,22 horas de ontem.
Com a frente de mato que progredia em local de difícil acesso, foi combatido por 79 bombeiros e três outros, apoiados por 22 veículos operacionais.
Às 9,57 da manhã de ontem o incêndio apresentava-se com duas frentes activas em mato. O primeiro grupo de reforço, vindo de Coimbra, chegou ao teatro de operações cerca da uma da da madrugada.

Às 10 horas foram accionados para o local dois grupos de reforço do GRIF de Lisboa e uma Equipa de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS) da Força Especial de Bombeiros
No seu combate estiveram 97 bombeiros e outros meios.
Mas, saídos de Afife, eis que os bombeiros são confrontados com sinistro idêntico em S. Mamede, entre Carreço e Areosa, a cerca de 5 quilómetros da cidade de Viana do Castelo.
O incêndio em S. Mamede foi detectado às 15,24 horas e até ao princípio da noite continuava a ser combatido por 38 bombeiros apoiados por 11 viaturas, com a participação do Grupo de Reforço de Incêndios Florestais de Lisboa que, entretanto, tinha terminado a sua função em Afife.
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O de S. Mamede foi extinto cerca das 17,15 horas.
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fonte: www.correiodominho.pt

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TRAJE À VIANESA – EX-LíBRIS DE PORTUGAL



A Câmara Municipal de Viana do Castelo editou há algum tempo o livro “Um Traje da Nação. Traje à Vianesa”, da autoria de António Medeiros, Benjamim Pereira e João Alpuim Botelho. A cerimónia pública de lançamento teve lugar nas instalações recentemente renovadas do Museu do Traje, a assinalar o Dia dos Museus e integrado nas comemorações dos 750 anos da atribuição do Foral a Viana do Castelo por D. Afonso III.

Pela sua extraordinária beleza e graciosidade dos seus bordados, por tudo que ele representa em termos de criatividade artística e o trabalho que lhe está subjacente, não apenas na sua confecção como ainda nos processos de cultivo, o “traje à vianesa” constitui uma das maiores preciosidades da nossa cultura tradicional e, seguramente, o traje mais emblemático de todos quantos nos identificam como povo.

Considerado o mais belo traje tradicional do nosso país, o “traje à vianesa” transmite a alegria e a vivacidade das nossas gentes, a habilidade artística da mulher minhota, o seu apego à família e às lides domésticas. Através do traje podemos traçar o seu perfil psicológico, estudar os usos e costumes, analisar o contexto social, económico e histórico em que se originou, compreender os comportamentos sociais, os processos agrícolas, enfim, reconstituir a vida social de um povo em todas as suas vertentes.

As moças cuidam da confecção do seu traje como o mesmo desvelo e talento que o ourives emprega na criação da filigrana ou o poeta no encadeamento dos seus versos. Vários foram os escritores que lhe prestaram a maior atenção e dedicaram o seu estudo, como sucedeu com Cláudio Basto cujo livro, “Traje à Vianesa”, ainda constitui uma obra de referência no domínio da etnografia. E, quando o envergam, a mulher minhota revela uma atitude elegante e digna que faz realçar ainda mais a sua beleza natural, salientando discretamente as suas formas graciosas e deslumbrando pelo brilho e o esplendor dos seus adornos a sua figura esbelta.

Disputam os folcloristas a origem do “traje à vianesa”, procuram saber onde o mesmo era utilizado e as formas como se apresentava, vasculham em velhas arcas carcomidas alguma peça de vestuário esquecida para questionarem a sua antiguidade, questionam se o mesmo levava mais linho ou estopa, qual o comprimento original da saia e como deveria aparecer a algibeira sob o avental. São preocupações naturalmente compreensíveis e até justificáveis do ponto de vista etnográfico, não obstante por vezes se confundirem com uma espécie de bairrismo estéril. Porém, apraz-nos registar o enorme interesse que rodeia o “traje à vianesa”, não nos admirando, pois, a disputa que o mesmo suscita: Afinal de contas, quando se trata de defendermos aquilo que é realmente nosso e nos identifica, somos todos minhotos – somos todos vianenses!

Como é evidente, à semelhança do que sucede com todas as coisas, também o “traje à vianesa” se submete às influências das épocas e respectivas modas, registando também os efeitos perversos do uso que lhe é dado, para além da sua primitiva finalidade que consistia simplesmente num vestuário para ser utilizado em dia de festa. Numa determinada época, as exigências do turismo encolheram as saias e provocaram outros estragos que ainda são visíveis no nosso folclore. Enfim, a passagem do tempo e as mudanças sociais causam inevitavelmente o seu desgaste nos objectos e nas mentalidades.

Na realidade, tal como disse Cláudio Basto, “na província do Minho não há, para as mulheres, como para ninguém, um só vestuário regional típico – e nem sequer o há em Viana do Castelo”. O traje à lavradeira possui tantas variantes quantas as aldeias e a criatividade das suas gentes na confecção do seu próprio vestuário e, sobretudo, neste traje que apenas era usado em dias de festa. Sucede que, a sua origem remonta a um tempo em que a indústria então emergente ainda não conseguira impor a padronização das formas, a uniformização dos gostos e a produção da roupa “pronto-a-vestir”. Nem os modestos recursos das nossas gentes permitiam adquirir peças de fábrica, pelo que tinham de semear o linho e tecê-lo nos teares caseiros, agora arrumados ao canto da casa, em muitas aldeias da nossa região. Aliás, conforme se comprova através dos assentos paroquiais de baptismo, eram elevado o número de tecedeiras então existentes, profissão que acabaria por praticamente desaparecer.

Mas o “traje à vianesa” não se deteve na nossa região. Desde há muito tempo que ultrapassou os seus limites naturais, galgou fronteiras e atravessou mares. Ele surge nas mais variadas formas de publicidade, desde sempre foi o traje preferido das crianças no período carnavalesco e em épocas festivas, desfila nas ruas de Nova Jersey por ocasião das celebrações do Dia de Portugal realizadas pela comunidade portuguesa e é envergado por goeses e malaios que, através de ranchos folclóricos, insistem em preservar as suas raízes portuguesas. Em Lisboa, quando as marchas populares desceram pela primeira vez a avenida da Liberdade, o “traje à vianesa” foi o escolhido pela marcha do bairro de Campo de Ourique, sintomaticamente aquele que viria a vencer o concurso. E, ainda há cerca de uma dúzia de anos, aquele bairro lisboeta viria a repetir a escolha do traje, numa evocação da migração minhota que teve aquela cidade como local de destino. Também, no Museu do Homem, em Paris, é o “traje à vianesa” que figura em destaque no expositor dedicado a Portugal, qual ex-líbris a identificar o nosso país.

Não discuto se o “traje à vianesa” é de Viana ou Ponte de Lima, de Valença ou de Caminha, das Argas ou da Ribeira Lima. Ou ainda, se é mais gracioso em Carreço ou na Meadela, Afife ou Areosa, em Perre ou Santa Marta de Portuzelo. O traje de lavradeira, vulgo “traje à vianesa”, é património nacional e ex-líbris de Portugal!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Viana: Criada comissão de acompanhamento para Reforma da Administração Local, 32 das 40 freguesias não cumprem requisitos

Foi criada uma comissão de acompanhamento para acompanhar o processo da Reforma da Administração Local em Viana do Castelo. Recorde-se que a criação da comissão de acompanhamento fora uma proposta apresentada pelo vereador do PSD, António José Amaral. O social-democrata quer preparar o debate público que “com certeza vai existir”.

A proposta foi aprovada e vai ser agora criada a comissão, que deverá integrar 3 vereadores do executivo vianense. Vai ainda integrar representantes dos cinco partidos, além de um presidente de Junta por cada uma das três tipologias: freguesias rurais, urbanas e mistas.

Por agora, sabe-se que das 40 freguesias do concelho de Viana do Castelo, pelo menos 32 não cumprem os requisitos estabelecidos pela Reforma da Administração Local. Os dados constam do documento publicado pelo Governo e assumem para o concelho de Viana do Castelo uma população total de 88.767 habitantes, distribuídos por nove freguesias rurais, onze freguesias urbanas, e 20 freguesias mistas. Dentro das freguesias rurais, apenas Carreço e Outeiro conseguem apresentar uma população acima do milhar, cumprindo os requisitos previstos. Já no caso das freguesias urbanas, além das cinco que integram o perímetro da cidade e que também poderão ser alvo de uma reestruturação, Barroselas é a única que consegue ficar dentro dos requisitos. Para este tipo de freguesia, o número de habitantes pode variar entre os 3000 e os 5000 habitantes, conforme a distância da sede do concelho. Nas freguesias mistas, nenhuma das 20 cumpre os mesmos requisitos. Até Santa Marta de Portuzelo, situada a somente cinco quilómetros da sede do concelho, conta com apenas 3.806 habitantes e enfrenta a necessidade de fusão para atingir os necessários 5000 habitantes.

Segundo o Livro Verde da Reforma da Administração Local, o concelho de Viana do Castelo, deverá perder nas próximas eleições autárquicas dois vereadores. Recorde-se que, actualmente, além do presidente, o executivo conta com quatro vereadores do PS, 3 do PSD e 1 do CDS-PP. Destes, apenas três, no máximo, além do presidente, poderão ter funções executivas, enquanto no actual mandato são quatro, todos do PS.

fonte: www.radiogeice.com